A Bolívia está prestes a aprovar a primeira legislação mundial que dá a natureza, direitos iguais aos nossos, seres humanos. A “ Ley Marco de la Madre Tierra y Desarrollo Integral ”, que em português seria a Lei da Mãe Terra e do Desenvolvimento Integral, é uma enorme, e linda, redefinição da constituição. Tal lei considera a Mãe Terra como sagrada e um sistema vivente e dinâmico.
Não é de agora que Bolívia se posiciona como uma nação ambientalista. A cultura indígena desde sempre muito forte e influente no país , leva como centro e razão de tudo a vida na Terra. Já há dois anos, o presidente boliviano Evo Morales promulgou uma lei que concede a “Madre Tierra” ou “Pachamama”, como se referem os povos indígenas locais, direitos básicos a vida, a biodiversidade e ao equilíbrio. E ainda na Conferência do Clima de Cancun em dezembro de 2010, a posição política da Bolívia destoou da maioria quando se declarou abertamente contra os acordos tomados durante a Conferência. Os representantes bolivianos colocaram que não consideravam tais medidas contundentes o suficiente para frear os danos ao câmbios climáticos atuais.
Agora, a Lei da Mãe Terra vai estabelecer 11 direitos para a natureza, incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente. Ela também vai assegurar o direito de o país “não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais”. Esse é uma passo gigantesco para a Bolívia, que desde a colonização espanhola sofre enorme exploração de extração de minério e metais.
Foi criada também uma Defensoria da Mãe Terra, que terá obrigação de proteger os direitos naturais do planeta e também o atual conceito de “Justiça Climática”. A Justiça Climática reconhece o direito pelo desenvolvimento integral do povo boliviano e das pessoas afetadas pelos câmbios climáticos.
Segundo o vice-presidente Alvaro García Linera. “a lei estabelece uma nova relação entre homem e natureza. A harmonia que tem de ser preservada como garantia de sua regeneração. A terra é a mãe de todos”.
Esta mudança significa uma volta da visão de um mundo indígena andino, que coloca a deusa Mãe Terra, Pachamama, no centro de toda a vida. Segundo a filosofia indígena, Pachamama é “sagrada, fértil e a fonte da vida que alimenta e cuida de todos os seres viventes em seu ventre.”
“Vida a la Pacha!”
Fonte texto: www.larazon.com ; www.tiempoconsciente.com/
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